RESUMO
A presença do negro na sociedade brasileira, particularmente nos seus aspectos culturais, remete-nos a um passado distante. A partir do século XVI, o Oceano Atlântico apresentou-se como uma rota marítima usada pelos navegadores europeus para transportar uma carga comercial diferente de qualquer outra, o escravo. O cativo, quando chegava à Nova Terra, estava destinado inicialmente a integrar a mão-de-obra escrava para o cultivo das lavouras de grande extensão e depois também seria usado nos afazeres domésticos, no campo ou nas cidades. Especialmente no meio urbano é que se desenvolveria a religião negra do Candomblé. Mantendo ainda algumas características das religiões tribais do Golfo do Benim, a crença negra desenvolveu-se no Brasil e em Pernambuco inicialmente com algumas manifestações de calundus, no qual eram formados por um sacerdote principal com objetivos curandeirísticos e oraculares. Posteriormente, com a interligação de diversas etnias africanas que aqui se encontravam, especialmente através das festas religiosas promovidas pela Igreja Católica, aos poucos se foi construindo um panteão de divindades negras, e os antigos calundus que antes se limitavam a simples práticas divinatórias e de curas passaram a designar um culto organizado com toques de tambores, maior número de participantes e locais (altares) exclusivos para adoração das diversas entidades africanas. Assim, em meio as várias nações que desembarcaram nas terras brasileiras destaca-se a Jeje-Mahi, cujo culto religioso desenvolveu-se no estado na Bahia, especificamente nas cidades de Salvador e Cachoeira. Durante a primeira metade do século XX Antônio Pinto de Oliveira (Tata Fomutinho), um iniciado nesta nação de Candomblé dá inicio a diáspora religiosa em direção ao Rio de Janeiro, propagando o ritual Jeje. Nesse contexto, Fausto Jose da Silva trás consigo do referente estado, todos os preceitos necessários para fundar no estado de Pernambuco o Centro Espírita Nossa Senhora do Carmo.
Palavras Chave: negro; escravo; Candomblé; calundu.
Palavras Chave: negro; escravo; Candomblé; calundu.